quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Viajante que saiu de casa com menos de R$ 3 conhece o mundo


Ele saiu de sua casa, no Japão, com US$ 1,5 (cerca de R$ 2,6) para fazer uma viagem de bicicleta pelo seu país. Hoje, ele tem 2 mil euros no bolso - ganhos fazendo mágicas pelas ruas - e um álbum de fotos com registro de 37 países.

O viajante Keiichi Iwasaki, que está agora na Suíça, disse em entrevista ao G1 por e-mail (num inglês um tanto complicado de entender) que só voltará para casa depois de dar a volta ao mundo. Ele parabenizou o Brasil por sediar as Olimpiadas de 2016 e disse que gostaria de estar no país nessa época - embora admita que talvez passe pelo Rio de Janeiro antes disso.

Veja abaixo a íntegra da entrevista com Iwasaki:

G1 - Por que você decidiu viajar de bicicleta?

Keiichi Iwasaki - Eu queria ver o mundo, e não é a mesma coisa quando se vai de avião, pois é muito rápido para ver tudo. Se eu for do Japão ao Brasil, eu só posso ver as cidades da minha janela.


G1 - Há quantos anos você está viajando?

Keiichi Iwasaki - Eu comecei a viagem em 15 de abril de 2001, quando tinha 28 anos. No primeiro ano, eu viajei pelo Japão, e em 2002 eu fui para a Coreia do Sul.


G1 - Quanto de dinheiro você levou e quanto você tem agora no seu bolso?
Keiichi Iwasaki -
Quando comecei essa viagem eu tinha apenas 160 ienes (cerca de US$ 1,5) e não tinha nenhum cartão de crédito ou cheques de viagem. Eu ganhei dinheiro fazendo truques de mágica pelas ruas, como acabei de fazer onde estou, na Suíça. Ganhei 2 mil euros, e agora é a minha fase mais rica de toda a viagem, mas muitas vezes eu não tinha nem um centavo no caminho.

G1 - O que você leva com você?
Keiichi Iwasaki -
Eu tenho uma barraca, um saco de dormir, roupas (até de inverno), coisas para cozinhar, panelas e um pequeno fogão. Também tenho material digital para registrar minha viagem. Tudo pesa quase 25 kg e é suficiente para viver. Quando eu comecei a viagem, eu só tinha uma faca e uma escova de dente e uma câmera, mas agora as coisas aumentaram, odeio isso.


G1 - Você tem planos para visitar a América do Sul e o Brasil? Quando?
Keiichi Iwasaki -
Eu gostaria de ir para a América do Sul depois de ir à África. Estou ansioso para ir! Queria ver o Rio de Janeiro e o carnaval e acho que ver o Rio nas Olimpíadas - mas acho que passarei pela cidade antes de 2016.

G1 - Sua bicicleta é a mesma de quando você partiu?
Keiichi Iwasaki -
Essa é a minha quinta bicicleta. A primeira foi roubada em Hong Kong, a segunda quebrou na Tailândia, a terceira quebrou na Holanda e a quarta foi roubada na Espanha. Sempre uso bicicletas simples, e até a terceira, não usava com marchas. Agora estou usando uma com três marchas, mas não é preciso uma bicicleta especial para se viajar.


G1 - Você trabalha nos lugares em que para?
Keiichi Iwasaki - Geralmente eu faço truques de mágica nas ruas e ganho o dinheiro para viver. É suficiente no verão. Ano passado eu estava no sul da Espanha e consegui ganhar dinheiro para o verão todo. Mas há dois anos na Hungria era inverno e estava frio demais para fazer apresentações nas ruas, então eu trabalhei em um hotel durante a estação.

G1 - O que você acha que aprendeu nesses anos de viagem pelo mundo?
Keiichi Iwasaki -
Antes de começar a viagem eu tinha muito medo de conhecer outros países e hoje eu vejo que, apesar de a cultura e a língua serem diferentes, somos iguais. Além de ver a natureza, que é linda.

G1 - Quantos países você já visitou?
Keiichi Iwasaki -
Depois do Japão, eu fui para Coreia do Sul, China e Hong Kong, Vietnã, Camboja, Tailândia, Malásia, Cingapura, Laos, Nepal, Índia, Bangladesh, Paquistão, Irã, Azerbaijão, Geórgia, Turquia, Grécia, Bulgária, Macedônia, Albânia, Montenegro, Croácia, Bósnia, Sérvia, Hungria, Eslováquia, República Tcheca, Alemanha, Holanda, Bélgica, França, Inglaterra, Espanha, Portugal, Andorra e Suíça.

G1 - Você pretende voltar ao Japão? Quando?
Keiichi Iwasaki - Sim, após dar a volta no mundo eu gostaria de voltar ao Japão. mas não sei, acho que isso será daqui mais de cinco anos.


sexta-feira, 29 de maio de 2009

Trajeto do Litoral Trekking


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segunda-feira, 25 de maio de 2009

Trekking e inspirações

Nosso projeto começou com a inquietação provocada por Fernando Pessoa: "Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

Me vi como um jovem típico da classe média, sonhando em viver mil aventuras mas me limitando a academia, natação, caminhadas na própria cidade.

Mas graças ao Fernando Pessoa ficamos inquietos, ávidos por viver as aventuras sonhadas e não correr o risco de ficarmos "à margem de nós mesmos."

Pensei em outros exemplos. Em frases que inspiram as pessoas a saírem de seu confortavel ritual diário e se lançarem a uma aventura como a nossa. A inspiração vem do esporte e dos poetas. Selecionei algumas:

Amyr Klink

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV.

Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto.

Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver"

Mario Quintana

"A gente sempre deve sair à rua
como quem foge de casa,
como se estivessem abertos diante de nós
todos os caminhos do mundo"




Sir Edmund Hillary


"Não foi a montanha que conquistamos, mas a nós mesmos."Edmund Hillary junto com Tenzing Norgay, foram os primeiros a subirem o monte Everest, em 1953.

E foi assim, como descreveu Sir Edmund Hillary que nos sentimos ao vencer os 80 quilômetros de litoral. Como se tivessemos conquistado a nós mesmos.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Trekking, companhia e contratempos

Foi com esses dois figuras que eu fiz meu primeiro Trekking. Percorremos 80 quilômetros pelo litoral capixaba. Isso me faz lembrar que o essencial para uma boa viagem, seja ela de qualquer espécie, são companhias.


Nada pode ser mais frustrante para o Trekking do que um trajeto mal programado ou um companheiro molengão que a todo instante quebra o ritmo, fica machucado ou simplesmente de frescura.



No nosso último trekking aconteceu isso. O Miltinho a todo instante parava para ajeitar correia, acomodar a mochila, mancava, se queixava, parava, ficava para trás. Ta certo que a dele não era uma Deuter coitado, mas não era pra tanto. Era como caminhar com uma bola de ferro nos calcanhares. Você sentia seu ritmo quebrando. Você consegue apontar o molengão da foto? rs


Enquanto na primeira viagem foi aquele ritmo de escoteiro, caminhando, assoviando canções, sentindo a brisa. Na última, além da poluição da lagoa, do defeito da câmera e do Miltinho (bola de ferro) foi o contrário. Mas deu pra aproveitar. O bom desse esporte é isso. É que o trajeto já é o destino e a viagem em si.